Antes de mais, dadas as condições que obrigam as pessoas a fugir dos seus países, estas hão de condicionar sentimentos de medo, ansiedade, incerteza. Acrescem as dificuldades relativamente à língua estranha e nos padrões culturais desconhecidos dos países acolhedores, a incerteza quanto ao futuro. Deve ser terrível ser refugiado, pior se se for num país com uma cultura completamente alheia.
Por outro lado, no país acolhedor podem não faltar os preconceitos e medos face ao desconhecido. Por vezes, quem desconhece o outro e a sua cultura, cede ao medo e mais facilmente constrói uma ideia errada, mitigada com ideias pré-concebidas, baseadas em crenças fantasiosas que se difundem sem qualquer rigor e certeza. Nos tempos que correm, a rapidez com que circula a informação pode ser avessa à integração pois os preconceitos espalham-se, também, rapidamente minando a boa vontade de acolher. A estes preconceitos, conjunto de ideias erradas, generalizações abusivas, acerca dos hábitos religiosos, práticas culturais e sociais dos refugiados, juntam-se, em época de crise económica, o medo da diminuição de trabalho, a inveja da partilha de benefícios sociais e económicos. Para além destas questões mais ideológicas, acresce a real dificuldade em integrar, incluir, as pessoas refugiadas, no país acolhedor. Falam por si os guetos em que se tornaram tantos bairros residenciais de imigrantes e refugiados, um pouco por todas as grandes cidades do mundo. Falam por si os campos de refugiados em França, No Chade, na Turquia, etc. Os deslocados da guerra ou perseguições, acabam por ser, por vezes, deslocados em outros países, pessoas apátridas, sem esperança de futuro.
Obrigada Susana pelas suas palavras "cirúrgicas"…
O mal estar que nos causa ter consciência de todos estes problemas por si tão bem apontados e identificados, pode ser um passo em frente para erradicar alguns preconceitos e receios.
Sónia
Dra Sónia, de facto, era importante que analisássemos esses mitos e preconceitos para mudarmos atitudes mas é muito difícil fazê-lo porque nos obriga a pôr no lugar do Outro!
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