Na intervenção em trabalho social destacaria o modelo sistémico como aquele que constitui uma melhor abordagem. Tendo em conta que neste modelo o foco principal são as interações dos elementos dentro de um sistema, incluindo as suas relações, estruturas e interdependência, o trabalho social irá pressupor não só uma visão sobre as pessoas em si, mas também sobre as interações e comunicações entre as pessoas e os sistemas.
Gostaria ainda de acrescentar a perspetiva sociognitiva cuja prática se centra na pessoa, assumindo e reconhecendo a capacidade de cada pessoa decidir sobre o seu destino e bem-estar.
São estas duas perspetivas, que podem e deverão ser complementares, que me guiam na análise da reportagem “A Sul da Sorte” sobre a história de vida de Samu.
Com base nestes modelos de intervenção, importa olhar para a história de Samu tendo em conta a interação recíproca entre o próprio Samu (com todos seus fatores pessoais) e as circunstâncias ou variáveis do meio.
Nesse sentido, uma intervenção, neste contexto, seguirá os seguintes princípios:
Avaliação inicial das necessidades – como forma de lhes dar uma resposta eficaz e eficiente, que permitam uma planeamento orientado para a ação.
· Formação de equipas e parcerias de apoio – que permitam uma articulação concertada, com vista à, efetiva, inclusão dos refugiados.
· Intervenção – permitindo e promovendo a participação ativa e dinâmica de todos os intervenientes e que tenha em conta os diferentes domínios da vida.
· Monitorização – avaliação das etapas anteriores, com vista à análise e reflexão sobre o trabalho desenvolvido, mas também à partilha dos resultados e projetos elaborados.
Importa ainda, olhar para Samu. Reconhecer-lhe todos os direitos e deveres, compreender todos os seus medos e angústias, valorizar os seus sonhos e permitir-lhe construir um projeto de vida, pois, na verdade, “seis anos depois de a vida lhe ter trocado as voltas, Samu voltou a sonhar”.
Cara Liliana
E o objetivo é esse: que os vários "Samu" possam voltar a sonhar :)
Claro que o modelo está bem escolhido, é pertinente e tem aplicabilidade. Não sendo o único é, também, adequado. Não exietem receitas prontas a aplicar, pelo que a estratégia metodológica que indica de seguida corresponde na verdade aos procedimentos sensatos a seguir numa intervenção.
Obrigada pela sua participação :)
PSS
Olá boa tarde, Liliana,
Tenho de concordar consigo.
Este modelo sistémico apoiado no reconhecimento da condição social, vivencial e emocional dos refugiados será, na minha opinião uma das vias mais válidas e humana a seguir.
No vídeo e no artigo, foca-se o desamparo, a raiva de Samu quando se vê obrigado, por duas vezes a fugir de situações que o colocam em perigo, mas também se vê que a integração e a inclusão na vida do país de acolhimento, pela aprendizagem da língua e acesso a trabalho e retorno à vida ativa são elementos fulcrais para que se sinta de novo feliz, com esperança numa vida com dignidade.
Acolher, conhecer, formar, incluir, são passos que podem levar todas estas pessoas para um regresso à normalidade e à felicidade.
Cordialmente
Mª do Céu Vaz
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