Personagem: João II, D.
Vida e obra
D. João II, "O Príncipe Perfeito". Foi rei da Segunda Dinastia e o 13º Rei de Portugal.
Filho de D. Afonso V, rei de Portugal e de D. Isabel, rainha de Portugal. Nasceu em Lisboa a 05-05-1455 e morreu em Alvor a 25-10-1495. Está sepultado na Batalha, no Mosteiro da Batalha.
Casou com D. Leonor.
Descendentes legítimos: Afonso.
Descendentes ilegítimos: Jorge.
Começou a governar em 1481 e terminou em 1495.

Ainda muito jovem, foi incumbido pelo pai (D. Afonso V) da regência do reino, enquanto este se ocupava das conquistas no Norte de África.
Em 1471, D. João II participou na expedição a Arzila, onde ganhou fama de valente.
Quando D. João II subiu ao trono, em 1481, queixava-se de que o seu pai apenas o deixara rei das estradas de Portugal. Queria ele dizer, de uma forma exagerada, que praticamente todo o país estava nas mãos da nobreza. A política de D. João II foi muito diferente da de seu pai. Tudo fez para tornar mais forte e incontestada a sua autoridade de rei.
À Casa de Bragança, acusada de traição na pessoa do duque D. Fernando, que foi sentenciado à morte, foram-lhe confiscados todos os bens. Mas as acusações e mortes não pararam por aqui. Foram muitos os que não escaparam à pesada mão da «justiça joanina».
Mas a grande prioridade do seu reinado foram as descobertas marítimas. Aos descobrimentos efetuados sob a orientação de D. João II, entre 1474 e 1495, é costume chamar «Descobrimentos joaninos». Foi uma época muito diferente da anterior, porque as viagens passaram a obedecer a um plano preestabelecido e tinham um objetivo último - a Índia. D. João II elaborou um projeto de expansão tão bem estruturado, tão complexo, tão ambicioso, que ainda hoje nos deixa mudos de espanto.
Os seus planos abrangiam vários domínios e estendiam-se como tentáculos de um polvo gigantesco.
No Norte de África, manteve e ampliou a presença portuguesa, acrescentando às terras herdadas de seu pai a praça de Azamor. Mas não se limitou ao domínio militar de uma zona que em princípio só dava honra e despesa. Procurou fazer negócio com os mouros e obter ali produtos utilizáveis no comércio com os povos da costa ocidental africana, para onde continuou a enviar caravelas.
A segurança nos caminhos do mar foi uma das suas grandes preocupações. Por isso mesmo apoiou a náutica astronómica. Queria que se encontrasse um sistema prático, eficaz, de orientar a navegação. E equipou os navios com artilharia, para que pudessem defender as rotas, os homens, as mercadorias.
E, consciente de que a defesa era tão importante em terra como no mar, mandou construir um castelo em São Jorge da Mina e povoar as ilhas de S. Tomé e Príncipe, portos privilegiados para acolherem navios na torna-viagem.
Sob sua orientação o comércio marítimo floresceu. Fundaram-se diversas feitorias, onde os portugueses recolhiam produtos variados, que descarregavam em Lisboa na Casa da Guiné e da Mina.
O seu grande projeto era a Índia. Tinha informações sobre as dimensões do globo e decidira atingir a terra das especiarias contornando a África. Assim, ser-lhe-ia possível substituir os mouros e os italianos no comércio com o Oriente. Às expedições regulares que enviava aos centros do comércio no litoral africano somaram-se outras com a missão concreta e definida de procurar a passagem para o Índico. Primeiro, Diogo Cão. Depois, Bartolomeu Dias, que de uma forma algo inesperada fez a vontade ao rei.
D. João II, certo de que mais tarde ou mais cedo os navios portugueses chegariam ao Índico, enviou mensageiros por terra a fim de averiguarem tudo o que pudesse facilitar o arranque e o encontro final. Desta viagem, efetuada por Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã, segunda tentativa no género, resultaram informações precisas sobre a navegação no Índico, sobre o comércio na Índia e sobre o tal reino cristão - o do Preste João - que se dizia existir e que existia mesmo na costa oriental de África.
A morte veio surpreendê-lo demasiado cedo e não lhe deixou acabar quanto começara. Só no reinado seguinte, já sem dificuldades de maior, os portugueses atingiram a Índia. Puderam também continuar a navegar no Atlântico sem concorrência graças à força e ousadia com que D. João II impôs condições na espantosa partilha do novo mundo que os países ibéricos se sentiram no direito de fazer, quando assinaram o Tratado de Tordesilhas.

Citação integral de partes das obras indicadas na Bibliografia.

Para saberes mais consulta:
https://pt.wikipedia.org/wiki/João_II_de_Portugal
Outras Informações
Imagens:
Bandeira de D. João II a D. Sebastião
Tratado de Tordesilhas (1494)
João II, D.
D. João II
Acontecimentos relacionados:
1473-Contrato de casamento do príncipe D. João com D. Leonor
1474-O Príncipe D. João passa a dirigir a Expansão
1481-Subida ao trono de D. João II
1481-Transferência da Casa da Mina de Lagos para Lisboa
1483-Execução do Duque de Bragança
1484-Execução do Duque de Viseu
1485-Foral da Ilha de S. Tomé
1485-Tratado de aliança entre D. João II e Carlos VIII de França
1486-Fundação da Casa dos Escravos
1487-Pragmática proibindo o uso de sedas e brocados
1488-Expedição de socorro a Ceuta
1489-Renovação do Tratado de Windsor
1492-Fundação do Hospital Real de Todos os Santos
1494-Tratado de Tordesilhas
1495-Testamento de D. João II
1495-Morte de D. João II
1487-D. João II desiste do Beneplácito Régio
Dicionário:
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