Este filme revela-se de uma extraordinária sensibilidade.
A analogia entre a viagem de comboio e um percurso de vida, de quem encontramos ao longo dos anos e como reagimos a determinadas situações com que nos deparamos revelam o nosso carater e inspira-nos na nossa demanda por uma vivência numa Humanidade justa e fraterna.
A partilha de um objeto simples como os sapatos serve de "imagem" como forma de trilhar, caminhar e construir uma via diferente, surpreendente e criativa com o intuito de ajudar o próximo a fazer o seu caminho com melhores condições. Â
O filme revela uma estrema sensibilidade, tanto mais que nos tempos que correm, esperar um gesto de "com-paixão" com o Outro, de partilha de um tesouro (que se cuida, preserva, lustra... mesmo que nos aperte e se constitui motivo de orgulho/satisfação) não era de esperar... assim como o facto da criança que corre atrás do comboio, esquecendo que não tinha o seu chinelo, partilhando o fascÃnio... é também invulgar...
As personagens principais, duas crianças, simbolizam a Confiança no Futuro. A Esperança, de que juntos os mitos podem ser desvanecidos, deslindados à luz da razão que acolhe o outro, a sua singularidade...
O gesto do Adulto interpela para as sólidas raÃzes que permitem desenvolver sentimentos de acolhimento, partilha!
Não há palavras,
há vida!
Ora viva,
Também gostei muito do filme. É de uma sensibilidade extrema.
São as analogias aqui focadas que nos fazem ver mais além. A partilha deve ser encarada não como quase que caridade mas sim por respeito pelo outro.
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