Já em 2007, no 36º Congresso sobre as Migrações, se referia que “acolher mulheres e homens que arriscam as suas vidas para empreender uma viagem cheia de perigo pra outro país (…) é uma obrigação internacional e um dever humano exemplar”.
É de referir que, já nessa altura, na condição de refugiados, as pessoas se deparavam com dois grandes tipos de obstáculos: por um lado, a implementação de políticas migratórias ‘defensivas’ que restringiam “o acesso , principalmente nos países mais desenvolvidos (…) prevenindo qualquer possibilidade de submissão de pedido de asilo”, e por outro,” a ausência de infraestruturas e instituições capazes de lidar com questões de asilo”.
Cerca de 10 anos passados, e ensombrados pelo peso do preconceito e do estigma da pessoa refugiada, percebe-se a atualidade destes dois grandes obstáculos identificados.
No que respeita às crenças e mitos que obstaculizam também o acolhimento acredito que o que está na sua base são efetivamente o medo e o preconceito do desconhecido. Assiste-se claramente a um medo enganoso e bloqueador quanto à chegada de refugiado. Os pensamentos e os comentários apontam sempre para “Será que vêm terroristas?” ou “Será que vai haver uma invasão?” ou ainda “O que temos chega para todos ou somos pobres demais para partilhar o que temos? Julgo que é tempo de desmistificar o conceito e o pré conceito do que são os refugiados para que se possa ultrapassar o receio e afirmar com coragem a ideia de acolher.
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