Li as várias opiniões e partilhas. De todas retive algum aspeto importante para acolher o outro (refugiado). Efetivamente, acolher supõe fazer pontes, calçar os sapatos do outro, suprir barreiras, aceitar outras maneiras de ser e de agir, outra cultura, partilhar a nossa "zona de conforto", dar oportunidades, somar gestos simples mas tão importantes, fazer sonhar novamente, dar esperança, respeitar, capacitar para uma nova experiência. A questão é: estamos todos predispostos, abertos para isto? Sabemos que não é um processo fácil, implica questões económicas, de segurança, sociais e culturais. No entanto, a comunidade internacional tem o dever de garantir a proteção internacional como um substituto temporário à proteção nacional.
Repito a minha opinião pois não posso deixar de concordar consigo.
Informação é poder e neste sentido quanto maior for dissiminada esta realidade maior poderá ser a propensão para a ajuda. Deixar para trás tudo, mesmo que pouco, e arriscar no desconhecido em condições de morte iminente, revela um tremendo ato de desespero. Na minha opinião os refugiados não são mais que desesperados que tentam lutar pela sua vida e que é nossa obrigação olhar para esta realidade e também nós lhe "darmos os nossos sapatos", porque acolher também é perceber
Este “acolhimento” de que falamos parece-me que é um processo de aprendizagem social e política no que à “predisposição” diz respeito. Mas tenho a convicção que há um caminho sustentado de intervenção entre Nós até às ONG´s.
Esta realidade talvez até seja uma verdade inconveniente num decurso carregado de lobbies com subterfúgios bem desenhados entre os quais bloqueiam o processo de desenvolvimento dos “países pobres”. Este desencadeamento parece promover também a conceção de leis abstratas que valorizam excessivamente a diplomacia, desumanizando o acolhimento do outro (refugiado).
Entre variadíssimos casos comprovados, neste contexto, lembrei-me do documentário “o lado negro do chocolate” que assenta também nestas intrigas.
Boa tarde
Continuo a acompanhar as reflexões dos colegas e não poderia estar mais de acordo com a grande maioria das preocupações, interrogações e até sugestões que têm sido manifestadas.
O malabarismo e a retórica politica maleável sobre migrações, refugiados, acolhimento..., têm marcado as agendas politicas nos encontros e cimeiras que têm ocorrido em vários países nos últimos anos deste século.
A plasticidade dos discursos sobre o acolhimento de refugiados e de migrantes que se encontram em transito por diferentes países e continentes não se têm concretizado em resultados concretos (com a excepção da Alemanha) nos restantes países da Europa. A construção de muros e o encerramento de fronteiras têm constituído a resposta dada por alguns governantes a este problema. Portugal tem timidamente recebido alguns grupos de refugiados procurando responder aos apelos da Comissão Europeia, apelos que outros países continuam a ignorar.
Neste jogo onde a bola são seres humanos, estão em jogo o comercio e venda de armas de guerra, diferentes lógicas de acção e de poder de vários líderes mundiais na demarcação da suas posições de força no terreno de jogo, pressões e bloqueios económicos entre países.
Num jogo viciado onde as derrotas são o resultado final, a dignidade humana e os direitos fundamentais que os refugiados reclamam para si, não têm tido retorno por parte das equipas de arbitragem.
Carlos
De facto, não é um processo fácil e depende de muitas questões de difícil resolução. Mas cada um de nós também tem o dever de «se sentir incomodado», isto é, de perceber que não é uma questão que diga respeito apenas aos outros, mas na qual também se deve implicar. Isto se acreditamos numa sociedade que defenda os direitos humanos e a dignidade da pessoa.
Acolher o outro nem sempre é fácil, relembro agora as palavras do meu pai quando chegou a Paris como emigrante, longe da problemática dos refugiados, mas foi uma tentativa de recomeço de vida e nem tudo correu bem!
Somos um país de emigração e devemos tratar bem quem nós recebemos assim como fomos recebidos, ainda hoje, no estrangeiro.
Esta condição de refugiados cá parece-me mais favorável visto que várias entidades assim como a própria população empenha-se para apoiar os refugiados. Claro que vivemos rodeados de "velhos do Restelo" e, há algum tempo, fiquei admirada com a notícia de uma família de refugiados ter saído do nosso país! Seremos país de passagem? Certamente, o destino parece andar à volta da Inglaterra ou Alemanha, que por mais caricato o seja, são nações nórdicas, mais frias e distantes quanto à questão das misturas raciais!
Boa noite a todos;
Estou totalmente de acordo com o exposto pela Dra. Maria e os restantes colegas.
Acolher pressupõe muito mais que um simples "deixar entrar e ficar". Há uma série de questões, políticas, sociais, económicas, entre outras, que também estão envolvidas neste processo.
O próprio significado da palavra é bastante amplo e pressupõe um diversos tipos de atitudes.
É um trabalho conjunto e de mãos dadas, sem preconceitos e sem restrições.
Após visionar o vídeo “The Other Pair” dei comigo a refletir, não só na questão dos refugiados como na pobreza, de uma forma geral. Porque é disso que se trata. Das condições sub-humanas em que vivem milhares de pessoas (e não se pense que é apenas e só em campos de refugiados). Esta questão deve tocar-nos a todos, e a cada um de nós. Ou seja, enquanto entidade nacional e individual.
Boa noite a todos.
Penso que este filme ilustra bem o longo caminho que ainda está por fazer, no que se refere ao conhecimento e intervenção para e com os refugiados.
Compreender que intervir e ajudar não rima com caridade. Entender que reciprocidade e empatia são bons instrumentos de intervenção.
Assumir que o medo aparece e existe em nós. Não de uma forma necessariamente má. Mas sim, de uma forma que nos mantém alerta e atentos com o que nos rodeia. Que nos mantém com vontade de aprender com que nos rodeia.
Estamos no início da caminhada que se prevê longa, dura, mas recompensadora.
Cumprimentos,
MB
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