A primeira ideia que me passou pela cabeça após visualizar esta curta metragem foi o provérbio "put yourself in my shoes"! Ou seja, colocarmos-nos no lugar/situação do outro não é difícil, na minha opinião, apenas exige 2 valores presentes, mas esquecidos em muitos seres humanos e que são bem retartados neste video: 1. estar atento ao que nos rodeia e 2. ter a humidade de dar de forma incondicional.
Nos tempos que correm, muitas vezes não temos tempo de parar, olhar em volta e decidir. Parece que a rotina, o stress e todas as restantes preocupações que nos assaltam diariamente, a nível pessoal e muitas de abrangência internacional (o que nos levou a participar neste MOOC), nos fazem esquecer de valores mais altos, e de como pequenos atos, podem fazer a diferença na nossa vida e na de outros e ao mesmo tempo trazer felicidade.
Penso ser imprescindível despertar os jovens para estes sentimentos e para a urgência de mudarmos a nossa forma de atuação em sociedade. Devemos estar mais atentos aos "sinais" do mundo, para podermos ser cidadãos pro-ativos, para desenvolver a capacidade de partilha e de igualdade e para construir sociedades mais justas.
Bom dia!
Atraiu-me o título da sua partilha e é sobre este que me debruço.
Não me canso de o repetir: "Partilhar é simples".
Muitos de nós sentem um impulso de partilhar com os outros o que têm, o que sentem, mas nunca é simples. Nem mesmo uma alegria que se tem e que se partilha tem um impacto óbvio. Infelizmente, há quem não possa ver o outro feliz, o que não é fácil de lidar.
Numa campanha do Banco Alimentar, ajudar é simples. No mínimo são três horas de turno para um voluntário ou alguns cêntimos para comprar um pacote de massinhas para oferecer. Quando acaba a campanha, ouvimos falar das toneladas recolhidas e aguardamos pela próxima.
Quando um bichinho nos é deixado à porta, ajudar não é tão simples, mas consegue-se quer fiquemos ou não com o animal.
Ajudar pessoas, não é fácil ou simples e nem sempre se consegue.
Não se recolhe uma pessoa da rua como os animais, as implicações não são as mesmas para nenhuma das partes. Se fosse mais simples, teríamos mais particulares a ajudar os sem-abrigo, acolhendo-os, ainda que temporariamente, em suas casas. Ainda que não os ignoremos, ainda que os queiramos debaixo de um teto, quentinhos e alimentados, não os queremos nas nossas casas.
Sem falar do fator económico que inibe a ajuda até a um familiar próximo, não querer dividir o teto que cobre a família com pessoas estranhas é natural, mas existem inúmeras situações em que tal acontece e existem pessoas, particulares inclusive, que o fazem (como os que colaboram com a APAV ou os que pertencem às Famílias Amigas de um Lar de crianças e jovens). Não é impossível, mas pode ser difícil.
Segundo a investigadora Cristina Santinho - do Centro de Investigação em Antropologia do ISCTE - Portugal tem capacidade para acolher os refugiados, mas as instituições estatais não estão preparadas e as políticas praticadas empurram-nos para a situação de dependência económica (dos subsídios) e de isolamento social. Aconselho vivamente a leitura do artigo de Catarina Santos, datado de 11 de setembro de 2015, com o título "Portugal recebe poucos refugiados e, regra geral, recebe-os mal", disponível em: http://rr.sapo.pt/noticia/33491/portugal_recebe_poucos_refugiados_e_regra_geral_recebe_os_mal
Não sendo simples acolher pessoas é urgente debater abertamente estas questões e planificar, não como quem ergue um campo fortificado, mas como quem trabalha para e com Pessoas. O que não podemos, em momento algum, é colorir a realidade de ambas as partes (do refugiado e daquele que o acolhe) com palavras que traduzem apenas uma utopia, sem intenção de se passar das palavras aos atos ou atuando, sem validar projetos de vida, perpetuando a condição de vulnerabilidade de pessoa dependente.
Acolher, atrevo-me a dizê-lo, não é uma definição bonita, na qual se inscrevem as melhores intenções. Acolher é ação e esta deve obedecer a uma planificação concreta (aberta a constantes melhorias) porque na prática, no contacto direto, "serão pessoas a ajudar pessoas".
A partilha surge també em pequenos gestos. O video é a prova disso. Esses pequenos gestos podem fazer toda a diferença.
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