A condição de refugiado está associada a circunstâncias que põem em causa a segurança, a liberdade e as condições básicas de vida. Neste domínio, são diversas as necessidades de apoio às populações nesta condição, como por exemplo: abrigo e apoio jurídico, domínio da língua e cultura do país de acolhimento, integração no sistema escolar/formação, e no mundo profissional, entre outros. É precisamente nestes domínios que os refugiados sentem os principais obstáculos. Desde as dificuldades de adaptação a um contexto cultural e religioso tantas vezes diferente, em que a língua, os hábitos alimentares, as rotinas diárias são totalmente diferentes. Do refugiado é esperado que se adapte, que se integre na sociedade que o acolheu. Não será também nossa responsabilidade propiciar condições facilitadoras a essa integração? O problema da integração dos refugiados não pode nem deve ser visto como um problema do refugiado, do outro. Deve ser visto sim como um problema de todos nós, em que nos compete promover essa adaptação e tentar minimizar os obstáculos por eles sentidos. Assim, penso que será importante trabalhar ao nível das principais dificuldades sentidas de forma a minimizar os obstáculos e a promover uma melhor adaptação.
O refugiado deve ser ativo no processo de construção de si e de um novo Eu, tal como todos nós, mas compete-nos a nós promover condições para facilitar essa adaptação.
Os estereótipos, os preconceitos, os medos e mitos associados a estas populações são entraves a esse processo. Penso que neste sentido, a leitura atenção assim como cursos como este que estamos a frequentar são importantes na desconstrução de mitos e na promoção de uma maior sensibilidade de uma problemática que não é nova mas que afeta atualmente tantas pessoas, que são iguais a nós, e perderam tudo e que querem reconstruir as suas vidas.
Obrigada Cátia pela sua intervenção.
Penso que colocou a tónica num aspeto essencial, a saber: "O problema da integração dos refugiados não pode nem deve ser visto como um problema do refugiado, do outro". Parece-me que partilhamos uma responsabilidade, nem a integração deve ser vista como um problema nosso, nem como um problemas deles. A dificuldade poderá estar em encontrar esse meio-termo, esse posicionamento de ligação, de inter-ligação…
Sónia
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