O que dizer após tantas respostas a esta discussão!! Li várias vezes as considerações do colega Luís Pereira e, de facto, concordo plenamente com toda a sua reflexão!
Aproveitei todos os documentos apresentados e aqui colocados para dar uso ao tema nas minhas aulas de Cidadania com o meu 9º ano que, apesar de ser ainda imaturo, precisa focar-se sobre esta questão e começar a pensar no mundo que os rodeia!.
A reportagem foi inicialmente alvo de risos uma vez que o jovem Sumo fala de forma titubeante e pausadamente. De seguida, tentaram perceber o que lhe tinha acontecido e alguns tentaram colocar-se na sua "pele" com alguma angústia por parte deles, sentindo falta do conforto da sua rotina. Perceberam que deveria haver uma melhor receção ao refugiado, mostrar carinho ou outro apoio à sua chegada em terra tão distante e presa à vida por um fio. Concluíram que estes refugiados estavam longe de tudo que lhe era difícil habituar-se à língua, à cultura e dificilmente, serão integrados com facilidade pelos países europeus. Passaram de cidadãos do país de origem para cidadãos do mundo, sem porto de abrigo sem o carinho da terra mãe. Um dos meus alunos diz ter seguido, na TV, a aventura dos refugiados de Calais que acabaram por serem acolhidos em centros de acolhimento...é como renascer novamente.
Chegamos à conclusão que qualquer modelo de atuação deverá ter, obviamente, o interesse mor pelo refugiado, criar dinâmicas que o possa integrar independentemente do seu local de origem, religião ou mentalidade. Muito trabalho está para ser feito e nenhum modelo será perfeito mas a tentativa de sermos mais acolhedores, mais sensíveis à diferença, mais humanos será uma tarefa difícil uma vez que fomos uma nação de conquistadores, de emigrantes e agora o reverso da medalha obriga-nos a sermos mais atentos à condição dos refugiados.
Por fim, os alunos pediram ao colega de EMRC, que efetua uma recolha de bens no fim do 1º período para os mais necessitados, para ajudá-los a procurar centros de apoio aos refugiados no Porto para a recolha também se estender a essa comunidade.
Diria, para rematar, que a inclusão dos refugiados não será fácil mas parte sobretudo da sensibilidade, do conhecimento da faixas etárias mais jovens para tentarmos termos um mundo bem melhor.
Como se pode constatar, um processo de intervenção social, com vista à inclusão de refugiados não é um processo fácil, bem pelo contrário. Implica muito mais do que boas vontades e voluntarismo. Implica, de facto, uma estrutura bem montada, já com provas dadas e fundamentada em teorias já testados em situações práticas que ocorreram já noutras situações, com profissionais especializados nas suas diferentes áreas de intervenção e bem articulados. Só assim se poderá dar uma resposta eficaz a um desafio tão grande, complexo e problemático como este, dos refugiados.
Luís António Matos Pereira – 13/11/2016
Cara Anabela
Que bom saber que este MOOC está já a ter um efeito multiplicador!
Não consigo, hoje, responder a tod@s comentando as participações deste segundo desafio, irei fazer isso em breve, mas não pude deixar de vir aqui já dizer-lhe como fiquei contente!
Sem dúvida o caminho para uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais respeitadora do outro e das diferenças, mais inclusiva, portanto, passa pela forma como as nossas crianças e jovens aprendem a lidar com as diferentes realidades. Parabéns pelo trabalho e parabéns aos alunos pela iniciativa, pela disponibilidade que demonstraram em trilhar esse caminho de ajudar, de partilhar, de incluir!
Não podemos mudar o mundo, mas se cada um de nós mudar um bocadinho... o mundo muda!
Um grande Bem-Haja a tod@s!
PSS
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