Se por um lado vários setores da sociedade se desdobram em iniciativas solidárias, há também quem organize petições contra o acolhimento de refugiados.
Desde que a crise de refugiados se intensificou, os movimentos solidários para o seu acolhimento começaram a suceder-se em toda a Europa. Portugal não foi exceção.
Em simultâneo têm aparecido movimentos de contestação, com várias petições a reunirem milhares de assinaturas. “Petição ao referendo relativo ao acolhimento dos refugiados em Portugal”, “Contra refugiados islâmicos em Portugal” ou “Contra a vinda dos refugiados para Portugal” são alguns dos títulos de petições disponíveis no site Petição Pública, na sua maioria com um número de assinantes residual.
Nestas petições multiplicam-se estes comentários:
"Eles vêm para cá e não respeitam as nossas regras!"
"Eles estão a recusar comida!"
"Eles só querem ir para os países ricos!"
"Primeiro estão os nossos sem-abrigo!!!"
"Se são refugiados, porque é que a maioria são homens?!"
"Eu não sou racista, mas... os muçulmanos são todos terroristas é são bichos nos quais não podemos confiar! "
"É um cavalo de Tróia do Estado Islâmico!"
"Os países árabes que fiquem com eles!"
"Quem quer ajudar que lhes dê uma casa!"
"Quero lá saber para o sofrimento deles!"
Parece que se está a catalogar os refugiados como invasores, como fez um senador italiano, e esperar que assim sejam menos os que tentarão o eldorado.
É fundamental considerar os refugiados como seres humanos, criar condições para um acolhimento digno, distribuí-los pela União Europeia enquanto esperam definição do estatuto e prevenir as travessias aventureiras negociando com os países do Sul do Mediterrâneo sistemas de vistos e vigilância das costas.
Há outra realidade que toda a gente reconhece e que por estranho que pareça não entra do debate: a necessidade de imigrantes que tem esta Europa onde nascem poucas crianças. É a forma de manter a prosperidade que mesmo em tempos de crise a faz ser a tal terra de sonho.
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