Boa tarde,
Penso que, até à data, a maioria dos países da Europa estão a falhar, não tendo desenvolvido da melhor forma uma política comum de acolhimento aos refugiados. De facto, acho que falhou no seu dever à protecção de uma população exilada da sua pátria, desgastada por longas viagens perigosas e por vezes em condições inumanas. Levantaram-se muros, criaram-se barreiras para impedir o fluxo migratório, não se acautelaram os direitos à vida básicos, negligenciaram-se os mais fracos e, continuam-se a ouvir discursos xenófobos onde se confundem e misturam crenças, mitos e realidades diversas.
Assistimos a cenas, fotografadas e filmadas, e tudo parece ser muito longe, para nós aconchegados no conforto do nosso sofá. O que podemos fazer para alterar a situação? Podemos confiar nos políticos que nos governam para resolver a situação? Qual o papel do cidadão europeu comum?
As maiores dificuldades que estão a bloquear este processo, penso que sejam as do preconceito e da desconfiança! Existe em cada um de nós, uma reserva natural que vê com maus olhos o que é estranho. Faz parte da natureza humana temer o desconhecido e o que é diferente. Temos de apelar à nossa bondade e à nossa solidariedade para ultrapassar essa barreira. Vivemos numa sociedade que perdeu muitos valores e o sentido de união, o que é paradoxal quando pensamos que estamos inseridos numa União Europeia!
Para uma Europa que viveu sob o jugo dos mouros durante centenas de anos (mais os países do Sul), ainda existe o preconceito associado às invasões de território Nacional e chacinas históricas. Esquecer o passado não é fácil para quem se considera nacionalista. O racismo está latente em muitos países europeus como se pode verificar com o ascensão dos partidos de extrema direita. Confunde-se o direito à religião com o extremismo religioso, mistura-se o passado histórico com um presente incerto e instável, olha-se para este mar de gente vindo do oriente como uma nova invasão e ameaça ao bem-estar civilizacional estabelecido, esquecendo que a maioria desses refugiados são pessoas como nós, educados, formados, civilizados e que apenas reclama o direito à vida, em condições minimamente decentes para eles e os seus.
Existem muitas barreiras, todas elas fundadas em mitos e preconceitos, que deveremos quebrar apelando ao bom senso, ao amor pelos outros, à tolerância e ao direito à vida. Tenho a esperança que prevaleça o humanismo sobre o ódio e que os nossos governos cheguem a acordo a pensar nas pessoas e não nas políticas e no dinheiro envolvido, e se não o fizerem, cabe-nos a nós cidadãos mudar as políticas votando em quem ajude a mudar o mundo para melhor. Sou utopista? sim, talvez, mas a minha fé nos seres humanos sobrepõe-se à desilusão porque acredito que podemos todos fazer melhor.
Cordialmente,
Mª do Céu Vaz
De facto, a tónica que tentei colocar ao longo da minha apresentação era essa mesma: "fazer prevalecer o humanismo" sobre qualquer outra questão ou atitude, seja o ódio ou o preconceito, seja a indiferença ou a intolerância.... O nosso principal foco deve ser esse mesmo: o humanismo!
Sónia
Boa noite
Para além dos obstáculos geográficos os Refugiados confrontam-se com obstáculos políticos, sociais, psicológicos. profissionais, educacionais, comunitários e sobretudo obstáculos de reserva mental por parte dos acolhedores.
Transpor estas barreiras pré-estabelecidas pode tornar-se tarefa mais difícil do que uma corrida de obstáculos no atletismo e conseguir o melhor tempo entre todos os participantes.
A falta de diálogo, de meios materiais e humanos, a falta de coordenação entre organismos e entre países, o reacender de nacionalismos, de identidades e de símbolos que apelam á intolerância, à violência e ao fechar de fronteiras, constituem-se como alguns dos obstáculos ao acolhimento dos que procuram quem os acolha e lhe dê uma oportunidade de recomeçarem. de aprenderem e de ensinarem, de terem a possibilidade de viverem em paz, num país onde o Humanismo e a visão Holística tem constituído a matriz do povo português ao longo dos séculos.
Cumprimentos.
Carlos
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